segunda-feira, 12 de maio de 2008

"As pessoas são mais desonestas para com o seu Deus: Ele não tem o direito de pecar." Nietzsche

As vezes me pego pensando em Deus, e nessas horas questiono se tenho fé em coisa alguma que seja. E se Deus peca, e se Deus erra? E se o escrever certo em linhas tortas, não passa de um erro? Se Deus for como um homem, o que impede-me de desejá-lo, e o que me faz adorá-lo?
Eu não sei se creio em Deus, não sei se tenho fé, não sei se sou feliz. Eu questiono, as coisas mais complexas e as mais simples. E eu vivo, e eu anseio viver.
Eu queria ser Deus, para viver em todas as coisas, estar no ar, ser livre como o vento, entrar nos pulmões dos homens, fazer parte de algo diferente a cada segundo e não ficar presa a uma forma física. Eu queria ser livre, e queria amar a todos sem culpa ou medo. Liberdade pra mim é isso, ser livre de si mesmo.
São aqueles segundos que a gente gostaria de "sumir", digamos assim. Eu os transformei num desejo constante. Eu não quero me prender, a pessoa ou coisa alguma que for, nem que seja a mim mesma.
As vezes eu penso que é resultado de alguma desilusão, mas não, sempre esteve comigo esse desejo; só cresceu ao longo dos anos, talvez pela repressão e frustração toda que eu tive em minha criação, mas já era parte de mim, sempre foi... E é essa parte de mim que me dá vontade de viver, viver, viver... E todo amor que eu tenho na vida, toda paixão que eu tenho pela vida, é por conta disso, desse meu desejo de ser imaterial. Que seja um desejo improvável de se realizar, mas que me mantenha viva... Eu queria voar, até que alguém me disse: "Não seja a folha no vento, seja o vento na folha". E hoje eu sou vento... Quando fecho os olhos e me concentro em mim, quase posso sentir eu me desfazendo no ar, feito fumaça...
Eu quero ser a aurora, quero ser o oceano, quero ser as folhas verdes e as borboletas azuis... Mas quando olho no espelho e vejo o rosto de meu pai e as atitudes que mais desaprovo de minha mãe, me vejo humana... e presa, nessa prisão pérpetua que sou eu. Um eu que nem é tão meu assim, porque eu sou a continuedade de outros. É tão triste ser sólido, feliz é sublimar...

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei do blog.
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